TDAH: entenda um dos diagnósticos mais difíceis da atualidade
- Lucas Soares
- 8 de ago. de 2024
- 4 min de leitura

Os processos atencionais humanos não são puramente orgânicos, isso significa, que para que possamos desenvolver os tipos de atenção especificamente humanos, são necessários vivências mediadoras de cunho sociocultural. Nosso cérebro, dispõe de mecanismos de perceptivos de captação de informações através dos nossos sentidos. Estes são ligeiramente rudimentares quando comparados com o que chamamos de Funções Superiores.
Toda Função Superior tem a base do seu desenvolvimento nas funções Elementares, estas, tem raíz puramente biológica, ou seja, todos os seres humanos vão desenvolver as funções elementares, no caso de não fazerem parte de algum grupo especial que sofre alterações genéticas e por isso podem não desenvolvê-las. A Atenção, é uma Função Superior, isso significa que o seu desenvolvimento vai depender das mediações socioculturais disponíveis para aquele indivíduo. Esse fator, constrói tudo que vamos entender sbre a atenção de um indivíduo em particular.
Ressalto que, temos uma convenção generalista sobre o que coseguimos fazer enquanto humanos e como a maioria de nós funciona. Logo, sempre que apontamos um Transtorno, estamos falando sobre uma forma diferente de funcionar, muitas vezes, disfuncional. Precisamos ter esse cuidado para que possamos entender que pessoas neurodivergentes não estão doentes, mas tem em si um funcionamento cognitivo diferente, que pode ou não ser disfuncional.
Quando falamos de atenção, a literatura acadêmica divide esse processo superior, na maioria das vezes, em 4 ou 5 tipos diferentes de atenção: Seletiva, dividida, Sustentata, ALternada e Executiva. Muits coisa, eu sei! mas basicamente o que você precisa entender é que cada uma delas se encaixa perfeitamente em atividades da vida diária. Com isso, podemos afirmar que sempre que o contexto muda, o que for pedido daquele individuo ou mesmo como se encontra a sociedade que ele faz parte, seus processos atencionais sofrerão mutações
Um exemplo clássico é como as crianças estão tendo dificuldades de prestar atenção nas aulas escolares. Para muitos, este parece um mistério ou mesmo uma birra infantil, contudo, se analisarmos o contexto histórico do desenvolvimento da atenção, podemos ver boas explicações para essas mudanças. O modelo escolar é centenário! há 100 anos, não existia TV, celular, internet… todas essas coisas modificaram a forma como nos relacionamos e como precisamos da atenção. Hoje em dia você pode aprender um conteúdo co um vídeo de 1min no Instagram ou se inteirar de um assunto complexo em 3min no TikTok. Lembra que eu falei que as funções superiores eram moldadas pelas necessidades e mediações socioculturais… Neste caso, nosso mundo está muito mais rápido, muito mais dinâmico e aquele modelo escolar antigo, pode nao funcionar mais para os cérebros das crianças atuais, mergulhados na rápida tecnologia e vídeos curtos
Obviamente, não somos escravos do nosso meio e é sim possível fazer alterações nos nossos padrões atencionais, porém, essa é uma tarefa difícil e demanda treino. Na mairoria das vezes, quando converso com alguém sobre alguma dificuldade atencional, as primeiras coisas que essa pessoa me fala são: Transtorno e Medicação. A palavra treino NUNCA aparece!
Nossos processos atencionais também são produnfamente afetados por vivências de violência e também pelas nossas emoções. Nós temos muito mais facilidade de nos recordar de algo se aquela memória estava envolta em alguma inetnsidade emocional, seja o gosto maravilhoso da comida da vovó ou um trauma de infância cheio de medo e tristeza. Da mesma forma, se você estiver passando por periodos difíceis, fortemente afetados emocionalmente, é muito provavel que seus processos atencionais apresentem alguns “defeitos”, mas não se preocupe! Isso nao significa que você tem um transtorno mental, só que a sua mente está tentando se organizar diante das dificuldades que você está passando.
O cansaço tamvém é um grnade influente da atenção, principalmente da Atenção Sustentada, aquela que você usa para prestar ouvir alguém falar, estudar, trabalhar, é um dos processos atencionais mais fundamentais da nossa existência. Porém, ele demanda grande gasto energético, tanto do campo de vista biológico, como do psicológico-emocional. Ou seja, muito cansaço, pouca atenção! A alimentação também é uma grande contribuinte para os processos atencionais, deficieências de algumas vitaminas e a alta glicemia podem estar associadas com dificuldades atencionais e hieratividade, principalmente em crianças, assim como adoeciementos do campo hormonal, como o hipertiriodismo, que tem uma influência tão forte sobre os processos atencionais que nem é possível diagnosticar alguém com TDAH se esta pessoa for portadora da doença
Conseguiu perceber ocmo nossa Atenção é uma função superior complexa… como ela pode ser influenciada por diversos fatores e que seu entendimento não cabe em explicações simplistas, modistas e imediatistas… Caso você esteja experienciando algum tipo de sofrimento relacionado aos seus processos atencionais, busque o quanto antes um psicólogo. Para te ajudar a identificar esse momento, vou te contar sobre os critérios diagnósticos para o Transtorno de Atenção e Hiperatividade (TDAH) segundo o DSM-V:"Para que o diagnóstico do TDAH seja considerado como hipótese diagnóstica para um paciente, é necessário que os sintomas estejam presentes em diferentes contextos, como em casa, na escola ou no trabalho, e causem prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional" Ou seja, nada de falar que tem o transtorno porque percebeu uma dificuldade atencional em uma área da vida tá… é preciso que essas dificuldades apresentem um grau de sofrimento e de cronicidade em diversas áreas da vida do paciente e por um período superior a 6 meses.
Além disso, o processo diagnóstico conta com duas sessões de 9 provaveis sintomas, dos quais o paciente precisa apresentar, dentro dos pre-requisitos supracitados pelo menos 6 deles em cada uma das sessões, além disso, ainda existem 5 outros critérios complexos e de difícil análise, dentre eles, o fato de que este diagnóstico não deve ser dado junto ou para pessoas que já foram diagnósticadas com Transtorno do Espectro do Autismo, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psicótico, Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou Transtorno de Personalidade.
Entendeu como o negócio é complexo… não dá pra ficar se autodiagnosticando com qualquer coisa na internet né… Nossa atenção é um processo superior de alta complexidade e precisa ser tratado com as ferramentas compatíveis a sua qualidade. Caso tenha ficado mais alguma dúvida, basta comentar aqui!
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