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Problemas de memória: como a atenção e as emoções compõe parte das dificuldades

  • Foto do escritor: Lucas Soares
    Lucas Soares
  • 8 de ago. de 2024
  • 4 min de leitura

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Nossa consciência é formada por 9 funções psicológicas superiores. Estas, tem seu desenvolvimento impulsionado de forma concomitante e interdependente do desenvolvimento biológico e o desenvolvimento sócio-cultutural. Isso significa que esses dois processos mentais, tão conhecidos, não são exclusivamente psicológicos, nem exclusivamente orgânicos, mas são uma relação dialética entre o mundo psicológico, o desenvolvimento biológico e as vivências sócio-culturais.


Uma visão pragmatizada da memória e da atenção, fez com que boa parte da população enxergasse esses processos de forma simplista, contudo, para poder compreendê-los precisamos abraçar um grau de complexidade superior. Por exemplo, nós temos tipos diferentes de atenção que se apresentam de acordo com as necessidades sociais do momento, um exempplo delas é a atenção sustentada, onde conseguimos permanecer focados em uma atividade por um periodo de tempo, sem ceder as distrações. Porém, essa habilidade não existe por si só e depende intimamente do contexto. Se eu te peço para prestar atenção em um assunto que nao seja do seu interesse, mesmo que seja muito importante pra você, não vai ser possível sustentar a atenção nesse caso. Não necessatiamente voc~e tem algum défict de atenção, mas é normalmente mais dificil prestar atenção em algo que nao temos algum tipo de inclinação emocional.


A emoção é mais uma função psicológica superior, a única que “atravessa” todas as outras funções. Isso significa que qualquer afetação na Emoção, as outras funções podem apresentar defeitos”. Percebeu como a atenção parecia depender do movimento emocional?Não somos refém dessas emoções, mas elas com certeza tem forte influencia em como nós funcionamos enquanto humanos. Um exemplo forte disso, são as memórias. Um elemento central no que entendemos enquanto identidade humana. as memórias remodulam a realidade por estabelecerem um nexo causal para os nossos comportamentos. isso significa que a maioria das decisões, comportamentos e até como nos sentimos em algum momento, sofre uma grande influencia das nossas emoções e da impressões que elas deixaram nas nossas memórias.


As memórias são mais um registro simbólico do que o registro histórico, ou seja, aquilo que você lembra não aconteceu exatamente como você lembra, mas foi composto com as emoções que estão atreladas a vivência. Esse conteúdo simbólico das memórias altera a nossa percepção sobre ela de uma forma tão exuberante que muitos países já não consideram o relato de testemunhas oculares para condenar um réu, isso porque já se foi provado que as nossas memórias são frágeis e que podem ser alteradas facilmente através de alguns processos comuns, como a influência de rebanho, quando muitas pessoas falam sobre um acontecimento e seus relatos começam a ficar parecidos mesmo elas tendo visões e perspectivas diferentes, o reconto, quando alguém conta muitas vezes a mesma história e acaba esquecendo de pontos e adicionando outros, até o fator temporal, quanto mais tempo se passou do evento mais enevoada uma memória pode ficar.


Acredito que você já possa estar em choque ao descobrir que as duas memórias não são tão confiáveis assim, mas calma, por mais perigoso que seja esse fator, nele também existe uma excelente ferramenta:A reestruturação das memórias. Alguns autores já trazem como a criação de “Novos Sentifos”, isso prova como seria possível lidar com uma mesma memória de uma forma completamente diferente, ao ponto de não podermos mais chamá-la de ressignificação (porque esta mantém muitos elementos do antigo estado, já o novo sentido, pode ser um síntese nova daquela memória, sem o mesmo valor qualitativo, dando espaço para uma nova criação)


Nossa linguagem e pensamento (outras duas funções psicológicas Superiores) são instrumentos fundamentais na produção de novos sentidos quando estamos buscando essa nova leitura das nossas memórias. Agora fica bem mais fácil entender porque psicólogos pedem tanto pra você contar as histórias do passado, inclusive mais de uma vez. Enquanto você conta os acontecimentos, mesmo que muito dolorosos, o profissional tem a chance de juntamente contigo ir mexendo nos sentidos que essas memórias tem e no impacto sobre você. Obviamente, essa ferramenta tem limites, mas como um profissional que trabalha com trauma, violência e situações realmente muito delicadas, de memórias aterrorizantes, posso te dizer que nossa mente tem caminhos muito interessantes para nos organizarmos e fazer isso com orientação de um profissional capacitado, muda tudo!


A partir de agora, espero que tenha ficado evidente de como as nossas memórias são uma ferramenta interessante da nossa mente e não um registro literal da nossa realidade. Elas estão a nossa disposição e moram dentro de nós, o que também nos dá alguma condição consciente de cuidar dessas memórias, organizal-las de uma forma mais saudável, dá para elas diferentes lugares de influência e mais… ser livre com as suas memórias. Não precisamos ser refens de tudo que já nos aconteceu. Podemos sim ser cultivadores da nossa consciência e tratar as nossas memórias como parte de quem somos e não como tudo que somos. Talvez já não precisemos mais ser os mesmos e viver como os nossos pais. Talvez quanto mais consciente estivermos, mais possibilidades de mudança sejam viáveis, aplicáveis, vivenciáveis…


O problema é bem mais complexo né! Contudo, se você precisa de ajuda para enfrentá-lo clique no botão abaixo



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Psicólogo Lucas Soares

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