Preguiça, Procrastinação e produtividade: como vencer as dificuldades no trabalho
- Lucas Soares
- 8 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

A relação humana com o Trabalho muda com o passar do tempo. Não só como esse trabalho acontece, mas também o que ele significa e como nos relacionamos com ele. Considerando o nosso período como População economicamente ativa e as divisões Geracionais, percebe-se que haverão constantes choques desses sistemas conceituais quanto ao mundo do trabalho.
Em especial, quando falamos sobre a geração X (Nascidos entre 1965 e 1984) e os Millenials (Nascidos entre 1985 e 1999), temos uma grande população que viveu a expansão econômica do Brasil e com isso, aquela premissa do sonho de uma vida melhor para toda uma família. São as pessoas que viveram a transição para o mundo digital e que viram como as empresas se modificaram durante esse período tão singular. Nesse período, cresceu no país as ideologias meritocratas voltadas para o desenvolvimento econômico intrafamiliar. Todos crendo que pelo esforço, seria possível conquistar novos espaços socioeconômicos para suas famílias. Não podemos negar que boas mudanças aconteceram e que uma parte da população saiu da extrema pobreza, fome, miséria e teve a chance de viver coisas novas.
Essas conquistas, inspiraram a filosofia Workaholic, onde quanto mais se trabalha, mais se é ovacionado. Onde tudo é possível através do trabalho. Até hoje, quando alguém menciona o termo, ainda pode receber sinais de aprovação pelos seus esforços. Contudo, na minha experiência clínica, percebo que este conceito parece não se sustentar por muito tempo. Em especial, entre 30 e 50 anos, se chega a um lugar de profunda exaustão, onde os ganhos conquistados não se mostram suficientes para barrar o desenvolvimento de sentimentos conflitantes ou mesmo uma percepção genérica de que não importa quanto eu faça, quanto trabalhe, jamais será suficiente.
A lógica Workaholic já parece não ter o mesmo efeito sobre a Geração Z (Nascidos a partir de 2000). Estes jovens, que recém entraram no mundo do trabalho, já chegam nascidos da Era da Informação e detém conhecimentos de cunho geral, difundido nas redes sociais, e também de cunho observacional, ao ver seus familiares sucumbirem à exaustão promovida por esse modelo conceitual de relação com o trabalho. A Gen Z, já entra hoje no ambiente de trabalho, buscando Vida Além do Trabalho, deslocando a lógica centralizante do trabalho na vida e passam a prospectar objetivos diferentes e mais, um lugar identitário para além do que um emprego pode oferecer.
Para além de um conflito transgeracional, enxergo nesse movimento algo que merece nossa atenção. O fato dessas gerações terem uma forma de relação de trabalho pode revelar a superação de algum sistema contraditório. Marx, dizia que um sistema seria eterno até que suas contradições se tornassem insuportáveis. Vemos nessa transição conceitual, uma mudança de paradigma que parece não ser mais suficiente. Vemos nas gerações X e Y, um colapso, uma crise, característica padrão de um sistema em ruínas, e uma nova síntese proposta pela Geração Z, uma nova forma de enfrentar a contradição trazida pelos Workaholic.
Jamais será possível alcançar tudo através do esforço e do merecimento, a realidade é bem mais complexa do que isso e mais, pode haver mais vida além do trabalho. Para além de questões ambientais, distribuição de riqueza e modelos socioeconômicos e de gestão política, estamos em um período de transição multifatorial da nossa compreensão do mundo em que vivemos e como ele realmente funciona.
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