Dificuldades criativas no trabalho: Imaginação, liberdade e desenvolvimento humano
- Lucas Soares
- 8 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

A Imaginação, quando analisada na perspectiva da Psicologia Histórico Cultural (sócio-histórica), tem um papel crucial no desenvolvimento humano. Se trata de uma Função psicológica superior que transcende a reprodução da pura realidade. Segundo Vygotsky, a imaginação é responsável por criar novos horizontes, permitindo que o sujeito vá além de sua realidade imediata. Está intimamente ligada com o pensamento abstrato e a capacidade de conceber formas não diretamente observáveis.
É bem comum de vermos o contexto da imaginação ser mencionado na infância como a principal função e até mesmo que a nossa imaginação decai com o passar dos anos. Gostaria de trazer uma nova luz sobre essas informações de senso comum.
Um conjunto complexo de funções está presente e trabalhando a todo vapor na infância e por mais que a imaginação desempenhe um papel fundamental no processo de desenvolvimento e em especial no processo educacional, possibilitando formas de pensamento abstrato para os alunos, o que é essencial para os processos de ensino-aprendizagem, isso não desaparece na vida adulta! Obviamente que a quantidade de repressões sociais sobre a adultez traz novas nuances para a imaginação neste período da vida, o que pode se transformar em limitações, dependendo do contexto social de desenvolvimento destes indivíduos.
Na adultez, a imaginação acaba por ganha um uso mais “funcional” geralmente voltada para a resolução de problemas e como fonte de inspiração, porém, normalmente está ancorada em considerações práticas, sempre balanceadas com a realidade. O que não significa um teor de menor imaginação, mas apenas que por causa das nossas necessidades sociais, acabamos por utilizar a nossa imaginação sobre temáticas materiais concernentes ao nosso modelo socioeconômico e cultural.
Na infância, essa função aparece nos jogos de papeis e permite a criança expandir seus horizontes e se torna uma ferramenta essencial para a construção de conhecimento e até para a formação da identidade. Na vida adulta, se equilibram imaginação e realidade e a sua transformação em ferramenta, dá a luz a um aspecto invejável da nossa performance humana: a criatividade.
Percebo que existe muita confusão em fazer uma diferenciação entre criatividade e imaginação, mas vamos tentar traçar alguns aspectos fundamentais para que você possa se desenvolver com maior autoconsciência.
A imaginação é a capacidade de criar representações mentais de objetos, situações ou eventos que não estão presentes no momento. Ela envolve a formação de imagens internas, permitindo que o sujeito explore possibilidades e crie cenários fictícios. A imaginação está ligada à liberdade de pensamento, à capacidade de conceber o inexistente e ao desenvolvimento de horizontes mais amplos. O que traz um conceito muito importante e revolucionário: a liberdade.
É através da imaginação que conseguimos conceber realidades diversas e estruturar, mesmo que quase em sonho, algo que seja diferente daquilo que estamos acostumados. Para a imaginação, é sempre “por quê não” e para toda pergunta existe um “sim, é possível”, mesmo que materialmente aquilo não se concretize, a abertura das possibilidades desse reino sem limites, nos dá uma chance de transformar nosso mundo. Ouso dizer, que todas as transformações materiais que temos hoje, tem contribuições muito fundamentais da nossa imaginação, mesmo com o peso daquilo que se repete, da rigidez dos sistemas sociais, históricos, culturais, econômicos, todos eles, cedem e dão lugar a projetos que u dia foram apenas imaginados.
Esses procesos de transformação prática já vem do nosso segundo conceito; criatividade. Ela transcende a imaginação. Envolve a capacidade de produzir algo novo e valioso com base nas imagens mentais criadas. A criatividade é um processo ativo que transforma ideias imaginárias em expressões concretas, como arte, invenções, histórias, músicas, etc. Ela requer originalidade, fluência (geração de muitas ideias) e flexibilidade (capacidade de mudar perspectivas).
Enquanto a imaginação é mais ampla e abstrata, a criatividade é mais específica e aplicada. Obviamente, a imaginação é a base de toda criatividade, mas nem toda imaginação resulta em alguma obra criativa. Para isso, a criatividade precisa se aplicar na transformação da imaginação em algo tangível e significativo.
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