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Comédia e Humor que escondem tristeza

  • Foto do escritor: Lucas Soares
    Lucas Soares
  • 8 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura


palhaço triste

Está muito evidente que a nossa mente carrega capacidades monumentais de processamento de informação, absorção e compreensão da nossa realidade. Porém, ainda assim somos palco de inconstâncias significativas que muitas vezes funcionam de forma contraproducente para o nosso processo e são até motivo de vergonha🤭


Algumas linhas teóricas da psicologia trazem o conceito de Mecanismos de Desefa como uma explicação plausível para esses momentos e na psicologia sócio-histórica conseguimos enxergar algumas contribuições interessantes sobre esses mecanismos socialmente aprendidos. Dentre os mais interessantes, as Chistes, também conhecidas como Piadas e o Humor, são um movimento que fazemos na tentativa de amenizar um momento desconfortável, doloroso ou de revelar algum desejo socialmente reprimido. Em especial, vejo muito esse mecanismo sendo utilizado na sessões de terapia quando os pacientes estão me contando eventos realmente muito sérios, sofridos e o fazem rindo ou se utilizando do humor para compor a história


Esta é uma estratégia plausível considerando o desconforto que o paciente está sentido e é sempre bem recebida por mim, contudo, sempre se faz necessário a aproximação concreta do evento e com a emocionalidade correspondente ao evento. A separação das emoções de difícil manejo dessas situações dolorosas, desconfigura a vivência, trazendo uma dificuldade maior de lidar com a experiência, visto que esta perde suas características fundamentais. Ou seja, Às vezes, a gente faz tanta brincadeira com nosso sofrimento, que acabamos normalizando ele, enquanto seria no sentir dessas dores que a gente percebe o quão errado tudo aquilo está sendo e assim conseguimos nos mobilizar pela mudança.


Um outro mecanismo bem comum é o da Projeção, onde o indivíduo espelha no Outro comportamentos, sentimentos ou mesmo traços que considera inaceitáveis em si mesmo.

Vejo muito isso acontece naquela famosa frase” nosso santo não bateu”, onde se justifica a não afinidade com alguém como uma coisa natural, sem possível explicação (obviamente que isto pode ser possível , contudo, não podemos negar que podem existir questões psicológicas predecessoras responsáveis por esse movimento).


Esse tipo de mecanismo também é muito comum entre pais e filhos, em especial nessa relação de poder, os pais, ao enxergarem em seus filhos comportamentos que tem embutidos lógicas de funcionamento que eles mesmos reproduzem, ao mesmo tempo que desaprovam em si mesmo, se revoltam com os filhos e acabam por agredi-los de alguma forma, sem ter consciência da Projeção que estão fazendo. Isso também acontece entre o terapeuta e o paciente que costuma projetar nesse terapeuta todos os papéis que tem relação na sua vida, o que gera muitos sentimentos diferentes sobre o profissional (quem nunca teve raiva do psicólogo ou pensou que queria abandonar a terapia por causa de alguma característica do profissional?😂)


Talvez não seja possível evitar que a projeção aconteça, contudo, quanto mais consciente estamos de nós mesmos, menos frequente ela se torna e menos nociva, pois podemos entender melhor como estamos afetando as pessoas ao nosso redor e assim nos regular, até compreendendo que aquilo que estamos sentindo (e projetando no Outro) pode ser muito mais sobre nós mesmos do que sobre a pessoa que estamos em relação.


Não é fácil encarar nossos problemas, mas você não precisa fazer isso sozinho



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Psicólogo Lucas Soares

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